“Tocar com Cainã Cavalcante é felicidade redobrada”, diz Yamandu Costa

O violonista e compositor Yamandu Costa dividirá o palco com multi-instrumentista Cainã Cavalcante neste sábado (29), às 19h, na abertura do projeto ´Violões Brasileiros’,uma realização do Sesc Jundiaí em parceria com a Prefeitura de Jundiaí. O espetáculo será no ginásio da unidade e os ingressos estão à venda pela web e nas bilheterias.

Com o objetivo de oferecer o panorama musical sobre o instrumento no país, até o mês de dezembro o projeto ‘Violões Brasileiros’ reunirá em Jundiaí grandes nomes violão, como o renomado musico jundiaiense Fabio Zanon, Badi Assad, Egberto Gismonti,entre outros. As apresentações serão no Sesc Jundiaí e o encerramento no Teatro Polytheama

Nascido em Passo Fundo (RS), Yamandu Costa é considerado um dos maiores talentos do violão brasileiro e uma referência mundial na interpretação da nossa música. Destaca-se por sua criatividade musical em suas composições, explorando todas as possibilidades do violão de 7 cordas. Considerado como um prodígio, o violonista e compositor cearense Cainã Cavalcante conquistou seu primeiro prêmio aos dez anos. De lá para cá, com 27 anos, já lançou quatro álbuns independentes. Em entrevista exclusiva ao portal Acontece Jundiaí, Yamandu compartilha sua expectativa sobre a apresentação em Jundiaí, a felicidade de dividir o palco com o músico e a paixão pelo violão. Confira!

ACONTECE JUNDIAÍ: Qual sua expectativa para apresentação no projeto ‘Violões Brasileiros’ no Sesc Jundiaí?

YAMANDU COSTA: Uma expectativa muito positiva principalmente pelo convidado que estou tendo. A oportunidade de encontrar com Cainã desta forma é como se eu reencontrasse com minha carreira há 20 anos. Na verdade conheci Cainã há menos de 20 anos, em Fortaleza, quando ele tinha 10 anos de idade. Era um garoto prodígio que prometia muito na época. O pai dele levava ele aos lugares onde tinham apresentações de músicas então a minha lembrança é essa. Agora imagina, depois de tanto tempo, apesar de mantermos contato e sermos amigos, poder fazer um show tendo ele como convidado? Para mim será extremamente emocionante. É realmente ver que aquela promessa se transformou no músico gigantesco que é o Cainã Cavalcante hoje em dia. É uma felicidade redobrada pessoal e musical, uma coisa muito especial.

Como surgiu a ideia de convidar Cainã Cavalcante para o show?

O Cainã é um dos violonistas da nova geração mais completo e talentoso, um rapaz que improvisa de forma impressionante e tem uma cultura geral de diferentes escola o que chama a atenção. Tem a facilidade de poder tocar solo se quiser, com formações jazzísticas, toca guitarra elétrica e baixo muito bem. É um musico de várias formações e tendências o que impressiona a gente e isso nos faz se querer se aproximar dele para aprender um pouco desas outras linguagens.

Pode detalhar algo sobre o repertório?

Vamos um dia antes do show para Jundiaí para montar o repertório. A ideia é ter coisas bem tradicionais do nosso repertório violonístico como Dilermando Reis. Ele fez uma música em minha homenagem e eu quero ver se consigo aprender até o dia do show. Há outras ideias que ainda vamos definir.

Você é uma referência mundial. Além das composições, sempre interpretadas com histórias e curiosidades. você também destaca-se também por seu envolvimento, sua paixão pelo instrumento e pela arte. 

Na verdade o que eu faço, principalmente no Brasil, é tentar deixar com que o concerto fique num clima completamente descontraído, sem toda aquela tensão e formalidade que normalmente a sala de concerto impõe naturalmente a esse ambiente. Uso um pouco do humor, da espontaneidade para fazer com que a música chegue mais fundo nas pessoas e chegue de uma forma pouco formal. Acho isso super importante. O humor e o carinho são estratégias que funcionam, que aproximam mais as pessoas.

Como avalia o panorama musical sobre o instrumento no país? 

Acho que nos últimos anos o violão no Brasil cresceu de uma forma incrível. É só você olhar para essa geração toda a quantidade de bons músicos e de diferentes formas de se tocar esse instrumento. O violão é um instrumento encantador que por onde chegou se adaptou a culturas tão diferentes. É um instrumento portátil, que permite a reunião com amigos para tocar canções e tem uma função social muito forte. Recentemente estava na Colômbia, numa cidade do interior chamada Duitama, e um senhor me viu tocando violão e falou esse aí: “Esse ai é o piano dos pobres”. Comecei a rir e concordei com ele porque é o piano dos pobres, é um instrumento que pelos quatro cantos da Terra você encontra uma adaptação da cultura local através do violão. É um instrumento que está em todo canto e tem de todas as maneiras: violão com corda de aço, com corda de nylon, com traste, sem traste. É um instrumento que encanta muito as pessoas. Acho que pela facilidade de ser carregado e pelo caráter íntimo que existe, que envolve o universo do violão

Na sua opinião,a produção artística nacional está sendo mais valorizada?

Na verdade estamos vivendo uma transformação muito interessante através dessas mídias digitais todas que estão revolucionando a indústria de várias formas. A nova geração está se adaptando a  isso e o público está mais  pulverizado. Para quem está chegando, tem que se virar de uma maneira muito dinâmica, atacando em várias frentes. Ainda não sabemos o resultado e até que ponto esse quesito mais explorador da indústria, que sempre existiu, cresceu, até que ponto as oportunidades também cresceram para todos os artistas e instrumentistas, de uma forma geral. Agora é esperar para ver e esperar para que seja uma coisa positiva. Essa quantidade de trabalho, essa demanda toda que foi criada através das mídias digitais.

Serviço:
Yamandu Costa convida Cainã Cavalcante
Dia 29. Sábado, 19h
Duração estimada: 70 minutos
Ginásio | 800 lugares
Ingressos R$ 6,00 (credencial plena), R$ 10,00 (meia) e R$ 20,00 (inteira)
Venda limitada a 2 ingressos por pessoa
Classificação: 12 anos

Ellen Fernandes
Fotos:Divulgação/Sesc Jundiaí 

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