Yohan Kisser leva seu som progressivo para o Sesc Jundiaí em apresentação gratuita
Toda a criatividade do artista Yohan Kisser pode ser conferida nesta quinta, 13 de março, no terraço do Sesc Jundiaí. O evento começa às 20h, tem entrada gratuita e promete surpreender o público com um show dinâmico e virtuoso pra quem ama progressivo.
Em 2024, Yohan Kisser lançou seu primeiro álbum solo, The Rivals are Fed and Rested, com composições inspiradas em suas referências, que vão desde a música clássica, bossa nova até o rock progressivo. Ao lado de sua banda – Guto Passos e Uiliam Paiva – Yohan promete um show enérgico cheio de movimento, improviso e o virtuosismo de um trio que demonstra muito entrosamento.
Sendo filho do renomado guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, o jovem músico mostra que tem uma carreira já bem definida e cheia de momentos icônicos. Afinal, de lá pra cá, ele já tocou em palcos célebres como o do Best of Blues e teve a colaboração de artistas icônicos como Sandy e Luiz Carlini. Além de ser reconhecido por outros grandes nomes como Arnaldo Batista (Os Mutantes) e Daniel Jobim (neto de Tom Jobim, uma de suas grandes inspirações). Em entrevista exclusiva ao Acontece Jundiaí, Yohan Kisser revela surpresas prometidas para o show e fala como tem sido a recepção do público para o seu trabalho solo.
Acontece Jundiaí: Desde aquela primeira apresentação da música “Membro fantasma” no Patfest (que tanto te emocionou) até agora, muita água já rolou. Como você se sente hoje tocando suas músicas solo para o público?
Yohan Kisser: Pois é, já faz um tempo desde aquela primeira apresentação. No outro Patfest a gente fez de novo, né? E “Membro Fantasma” é uma música que conversa bastante com esse clima, que é o Patfest, que é em memória da minha mãe. Mas a minha carreira solo já vem um pouco antes disso. A gente fez Ibirapuera em 2022 com o Best of Blues e também fez um Blue Note no mesmo mês, onde eu tive a oportunidade de apresentar minhas músicas do primeiro EP e também apresentar algumas músicas inéditas que acabaram saindo só agora nesse álbum The Rivals are Fed and Rested.
Atualmente, eu me sinto cada vez melhor tocando as músicas solos pro público. Acho que o trabalho de ter lançado o disco, trabalhado os clipes, trabalhado na mídia, falado, explicado as músicas de algumas maneiras. Enfim, deixar o público mais próximo, tem tornado os shows cada vez mais legais, mais comunicativos, mais interessantes. As pessoas cantam junto cada vez mais, perguntam certos detalhes. E acho que isso é muito gratificante para qualquer artista, né? Depois de depositar tanta dedicação, tanto dinheiro, acho que a atenção do público é a coisa mais valiosa que a gente tem. Fazer as pessoas escutarem com atenção cada detalhe, cada faixa, do começo ao fim… Eu tenho ficado muito feliz com isso.

Acontece Jundiaí: E como você avalia a repercussão do álbum The Rivals are Fed and Rested? Foi dentro do que você esperava?
Yohan Kisser: A repercussão tem sido muito boa. Eu acho que o trabalho da divulgação é sempre muito difícil. Acho que os filmes que chegam no Oscar tão aí pra dizer isso, né? Não basta só fazer o filme, tem que fazer uma campanha de divulgação gigantesca. E acho que quanto mais a gente fala, mais divulga. A gente tem sites novos, produtos novos, vinil, CD… Às vezes pessoas notórias que divulgam.
Por exemplo, o Arnaldo Batista (Os Mutantes), que é um grande ídolo meu, tá sempre divulgando. A gente teve aquela repercussão também da “Membro Fantasma” com o Daniel Jobim (neto do Tom Jobim) e essas coisas são muito positivas. Agora a gente vai cair na estrada cada vez mais com o show do Sesc, com outros shows também, tem mais Blue Note marcado e a ideia é chegar em cada vez mais ouvintes, né? Pra cada vez ganhar mais adeptos a esse tipo de som. Então acho que a repercussão tem sido positiva.
Ouça The Rivals are Fed and Rested no Spotify:
https://open.spotify.com/intl-pt/album/5j1AjFmrb7AC9W4QpCw767?si=Qb3HTNOnQEeR2bxMjzVfhw
Acontece Jundiaí: A criatividade é, certamente, uma marca importante de suas letras e composições e elas sempre rendem videoclipes a altura como o de “Flush if you must”, que é uma animação com base nas ilustrações do cartunista Leandro Franco. Você participa do roteiro dos vídeos? Pensa em fazer mais vídeos assim para as músicas do álbum?
Yohan Kisser: Ah cara, que legal, são bastante coisas, são muitos pensamentos! O álbum vai para vários lados e acho que a “Flush if you must” se enquadra bastante nisso, porque ela tem uma estética totalmente à parte do resto do álbum e tem esse clipe para ilustrar. Então, a parte da direção do clipe, na verdade, eu participei 100%, porque ela é totalmente em cima da letra. E isso tudo foi feito por uma necessidade de divulgação, que nem a gente tá conversando aqui.
Apesar disso, eu sou um grande fã das músicas do Frank Zappa que não tem clipe. Eu adoro a criatividade imagética das pessoas, deixar certas coisas sem responder, porque daí deixa pro mistério. É como ler um livro ou ver um filme. No livro você cria os seus próprios personagens na sua cabeça, com as descrições que tem no livro. É meio isso. Mas no mundo que a gente vive hoje, a gente precisa divulgar as coisas, então eu faço muito os clipes por causa disso, para que o trabalho possa chegar a mais pessoas.
E o clipe nada mais é do que uma ilustração do que a letra já dizia ali. A letra já estava pronta, já tinha todas as imagens e o que o cartunista Leandro Franco fez com maestria foi dar vida a essa letra com a criatividade e a visão dele. Ficou muito legal e tem outros clipes também na praça.
Assista ao videoclipe de “Flush if you must”:
Acontece Jundiaí: A sua banda não só te acompanha, mas foi parte importante na criação do álbum. Com tantas mentes criando tanta coisa bacana, será que ficou algo de fora que possa ser levado para o público em breve?
Yohan Kisser: Eu devo muito a minha banda. O Uiliam Paiva fez todos os arranjos de bateria, deu vida percussivamente às minhas músicas. E o Guto Passos tomou conta de todos os arranjos de baixo. Eu deixei eles livres, porque acredito que os músicos soam muito melhor com o instrumento que eles têm mais intimidade, ainda mais sendo músicas mais populares. Já o resto dos arranjos, eu “canetei” tudo. O Guto Passos, que é o baixista, também produziu o disco lá no estúdio dele, o Lhama Records. Gravamos o disco inteiro lá e foi sensacional.
E se ficou alguma coisa de fora? Ficou muita coisa. As composições são todas minhas e essas composições são uma parte das coisas que estão na minha gaveta e das coisas que não param de sair da cabeça. Então já tem single pronto, que a gente tá só esperando o momento certo, o trabalho e os clipes pra ficarem prontos também pra lançar. Esse ano acho que tem dois singles pra sair, talvez no próximo semestre. E tem álbuns já começando a ser feitos agora, pra você ter uma ideia. O próximo álbum completo de não sei quantas faixas.
A minha principal vocação, minha principal virtude, o motivo pelo qual eu acordo diariamente e trabalho, é compor, estudar música e compor cada vez mais. É o meu principal foco. Então, de onde veio isso tem muito, muito, muito mais. E não para de vir, né? Na verdade o foco é esse. É não parar de vir, é não parar de divulgar minhas composições.
Acontece Jundiaí: Você vai se apresentar no Sesc Jundiai nesta quinta, 13/03. Essa será a sua primeira apresentação na cidade? Qual a expectativa?
Yohan Kisser: Sim, essa é a primeira vez que eu me apresento em Jundiaí e vai ser muito legal. Eu tô muito feliz porque o Sesc decidiu fazer um evento com entrada gratuita, o que é muito massa. E a minha expectativa é muito alta. A gente vai tocar todas as músicas do álbum. Recentemente, a gente fez um ensaio aberto que foi muito positivo, colou muita gente legal. Teve muita gente próxima falando dos detalhes do álbum, comprando vinil. Foi ótimo.
E a gente vai levar o merchandising todo lá pra Jundiaí: CD, vinil, adesivo, palheta, camisetas. Então, acho que vai ser um show muito massa. E que legal que vai ser aberto pro público. Quem quiser chegar é só pegar os ingressos uma hora antes. E a gente vai estar lá às 20 horas no Sesc Jundiaí, lá no terraço.
Acontece Jundiaí: O que o público pode esperar no repertório? Rola espaço para improvisos ao vivo? Alguma jam? Participações especiais?
Yohan Kisser: Bom, o repertório vai se basear na minha carreira solo, né? Então vai ter a música que eu fiz com a Sandy, a “Tento”, todas as músicas do meu primeiro EP, a maioria desse último disco (The Rivals Are Fed and Rested) e algumas homenagens a grandes artistas que a gente gosta. A gente toca um Frank Zappa, toca uma música do Yes, em trio ali, que é bem surpreendente. É bem legal, porque a galera sempre sai muito impressionada com esses covers. O que eu acho que é legal, soma muito no nosso repertório. E sempre tem espaço pra muita jam, muito improviso, né?
Eu faço metade do show na guitarra e metade do show no teclado. Então eu improviso muito usando o Minimoog, mas também improviso muito usando a guitarra. Tem muitos solos, muitos respiros, a banda tá muito bem entrosada. O Guto, o baixista, também usa um sintetizador ali na mão dele, então a gente faz vários duetos com o Minimoog. O que é sensacional pra quem é fã do estilo. E lá no ensaio aberto que a gente fez, deu pra ter um gostinho disso de como o público tá reagindo. Quem for assistir ao show, é garantido que não vai se arrepender, tá sendo muito legal.
Assista ao videoclipe da música “Tento” com a Sandy:
Acontece Jundiaí: Além do álbum concluído em 2024, teve produção de material físico, produções audiovisuais e muitos shows. Assim sendo, o que esperar de Yohan Kisser em 2025?
Yohan Kisser: Pois é, como eu disse, o Yohan Kisser em 2025 já tem muito trabalho pra ser lançado. Primeiro que a gente tá fazendo os melhores shows agora, da turnê desse disco e divulgando. Ano passado, a gente fez grandes shows no Best of Blues, abrindo pro Sepultura, no evento de corridas lá em Interlagos (FIA WEC). Foi sensacional. Foram grandes shows, mas todos eles foram antes do lançamento do disco.
E agora, esse ano, a gente tá conseguindo colocar o disco na estrada, que acho que é o principal. Mostrar todas essas doideiras ao vivo sendo executadas por três caras apenas e com muitos instrumentos. Mostrar esse lado ao vivo é o que eu acho que é o lado verdadeiro da música, e que eu acho muito positivo.
E, como eu disse, a gente tem singles prontos já. O primeiro single é um trabalho muito interessante de 5 minutos, é uma música um pouco epopeica, que a gente produziu com o Alejandro, do Cultura 13. Um cara que, apesar de tocar metal, é um produtor muito diverso. Entre outras coisas que a gente tá produzindo. Já estamos entrando em estúdio para a pré-produção de um álbum que talvez venha em 2026. Mas em 2025, além dos shows, a gente tem também esses singles. Então, vai ser muito interessante.
Sobre Yohan Kisser
Nascido em 1997, Yohan Kisser é compositor e multi-instrumentista, graduado em violão pelo conservatório de música da Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Sua carreira inclui participação nas bandas Sioux 66, uma banda paulistana de heavy metal autoral formada em 2011, e Kisser Clan, na qual toca clássicos do rock e metal ao lado de seu pai, Andreas Kisser, guitarrista da banda de metal Sepultura. Agora, com seu projeto solo, Yohan Kisser se consolida como um dos talentos promissores da música brasileira. Confira o trabalho de Yohan online: https://www.instagram.com/yohankisser

SERVIÇO:
Yohan Kisser no Sesc Jundiaí
Dia: 13/03/2025
Horário: 20h
Local: Terraço do Sesc Jundiaí
Ingressos: Retirada de ingressos 1h antes, na Loja Sesc
Duração: 90 minutos
Entrevista: Priscilla Leine @jardim_sonoro
Fotos: Julia Missagia