Chico Buarque inspira show de Felipe Antunes nesta 5ª feira no Sesc Jundiaí
Clássicos de Chico Buarque como “Apesar de Você”, “Cálice”, “Homenagem ao Malandro”, entre outras composições autorais conectadas com a obra do artista farão parte do repertório do show de Felipe Antunes nesta quinta-feira (13) às 20h, no Teatro do Sesc Jundiaí. A proposta do músico é homenagear o álbum “Chico Buarque 1978”, que completa 40 anos em 2018. Ainda há ingressos para o espetáculo que terá participações especiais de das cantoras Ná Ozzetti e Kika.
Felipe Antunes é cantor, músico, pesquisador e principal compositor do grupo paulistano Vitrola Sintética, com o qual lançou três álbuns. Em 2015 e 2016 foi indicado ao Grammy Latino com o Vitrola nas categorias Artista Revelação, Engenharia de Gravação e Música Alternativa (single Deus).
No Sesc Jundiaí, o artista se apresentará acompanhado dos músicos Gui Calz, Allen Alencar, Yaniel Matos, Kezo Nogueira, Fabio Sameshima. Em entrevista exclusiva ao Acontece Jundiaí, o músico detalhou a criação do show em homenagem ao aclamado álbum de Chico Buarque e também compartilhou sobre projetos musicais. Confira!
ACONTECE JUNDIAÍ: Como surgiu a ideia deste show em homenagem ao álbum “Chico Buarque 1978”?
FELIPE ANTUNES: Idealizei há alguns anos, sempre gostei muito desse álbum. Ele, pra mim, é um dos maiores exemplos de uma ampla percepção que compartilho na música: canções, conexão literária e teatral e uma forte preocupação com o que se diz, sem perder atenção aos caminhos poéticos.
O que o público pode esperar deste espetáculo?
É sempre bom poder cantar e, sobretudo, escutar as canções de Chico. Será uma noite pra celebrar e refletir sobre os momentos politicamente cíclicos da nossa história – não é uma fase fácil, e por isso mesmo temos que enfrentá-la com arte, militância, cores, natureza, tudo que as ideias e intenções neofascistas querem reprimir.
Chico Buarque é uma das principais influências em sua carreira como cantor, compositor, músico e pesquisador ?
Olha, acho que está entre as maiores. Isso vai mudando, mas admiro e respeito muito a obra de Chico. Ela de fato me fez e faz evoluir como compositor e cidadão. Esse show está me dando a oportunidade de estudar mais a fundo, não só a obra dele, mas a música no geral. “Pivete”, por exemplo, parceria dele com Francis Hime, é bastante elaborada harmonicamente. Os caminhos são bem interessantes!
O repertório também terá canções autorais?
Sim, poucas, mas sim. Faremos algumas que estão, a meu ver, conectadas com a obra de Chico. Uma delas, “Esse moço”, por exemplo, é, de certa forma, uma homenagem a “O meu Amor”, e, no meu álbum, a Ná é uma das cantoras ao lado de Juliana Perdigão. Canções como “O meu amor”, e tantas outras desse álbum de Chico, que fizeram parte da Ópera do Malandro, são, também, inspiradas na obra de Brecht! A Ópera do Malandro foi inspirado na Ópera dos três vinténs, que foi inspirado na Ópera do Mendigo (John Gay), de 290 anos atrás.
E a proposta de convidar as cantoras Ná Ozzetti e Kika, como aconteceu?
Elas são minhas parceiras de projetos. Além de serem muito queridas, são cantoras que sou muito fã! Ná participou do meu primeiro solo, Lâmina; e Kika participou do mais recente, CRU. Muita sorte dividir o palco com elas. Se pudesse faria sempre assim!
Você lançou Cru, segundo álbum-livro solo, que envolve parcerias com artistas do Brasil, Portugal, Moçambique e Angola. Este foi seu trabalho mais recente? Quais são seus planos para este 2018?
Sim, esse é o meu mais recente. Gostei muito do resultado e dessa fusão Lusófona que ele traz! Além disso, a mistura de canção com a erudição do violoncelo e do hip hop de Xis me faz refletir e acreditar num caminho pra obras futuras. Agora trabalharei, fundamentalmente, nesses dois shows, CRU e Chico 1978, quero muito girar com eles. Em paralelo estou gravando um novo álbum com o Vitrola Sintética para 2019, com produção de To Brandileone! Um tempo de muita produção, muito trabalho, e, aparecer de cansativo, estou feliz com isso. Agradeço o espaço e espero encontrar todas e todos do Acontece Jundiaí hoje à noite no Teatro do Sesc!
Serviço:
Felipe Antunes celebra “Chico Buarque 1978″
Quinta-feira (13), às 20h
Ingressos: R$ 6,00 (credencial plena), R$ 10,00 (meia) e R$ 20,00 (inteira).
Endereço:Av. Antonio Frederico Ozanan, 6600
Informações: (11) 4583-4935
Ellen Fernandes
Foto: Lucas Silvestre