Sesc Jundiaí recebe o espetáculo ‘Medea Mina Jeje’ no sábado (16)

No sábado, 16, às 19h, o Sesc Jundiaí recebe, no teatro da unidade, o solo Medea Mina Jeje. Os ingressos estão à venda pela web e nas bilheterias da rede Sesc-SP e custam de R$ 9,00 a R$ 30,00.

O espetáculo é um poema cênico, no qual Medea, uma mulher negra escravizada na Vila Rica de Nossa Senhora de Pilar de Ouro Preto, nas Minas Gerais do século XVIII, narra o sacrifício de seu filho Age, em uma fricção entre a narrativa polissêmica da Medea negra da Mina Jeje e a leitura da clássica tragédia datada de 431 a.C. Na peça de Eurípedes, a protagonista mata os próprios filhos para se vingar do abandono de Jasão, por quem havia renunciado à própria família e à terra natal. Em oposição à heroína trágica, em Medea Mina Jeje, a escravizada Medea vê na morte do filho a única libertação possível do sofrimento causado pelo trabalho escravo nas minas de ouro que moveram a economia brasileira colonial durante séculos.

“Medea Mina Jeje é a voz de quem grita, em sussurro, sendo portadora duma confiança sui generis e percepção, mesmo intuitiva, da condição de opressão em que vive. Ela é portadora de uma busca pela liberdade, ainda que a saída para chegar a isso seja o sacrifício do filho”, afirma o dramaturgo Rudinei Borges. “O espetáculo nasceu do desejo de conversar com a minha ancestralidade, de abrir os ouvidos para as vozes de indivíduos livres que foram trazidos para o Brasil como escravos e dar voz aos meus mortos”, afirma o intérprete Kenan Bernardes, também idealizador e produtor geral da peça. “Encontrei na tragédia de Eurípedes e na obra homônima do cineasta italiano Pasolini, o fio disparador que deu origem a esta Medea”. Para a diretora Juliana Monteiro, a relação entre as obras reverberou em todos os envolvidos no projeto. “A aproximação com determinados aspectos da jornada de Medeia de Eurípedes permitiu aos artistas deste espetáculo traçar uma analogia com sua própria trajetória, o encontro com desejos de reelaborar os próprios caminhos no teatro”, relata.

Mina Jeje

A mina em Ouro Preto (MG), que dá nome ao espetáculo, hoje é uma atração turística. No entanto, é mais do que isso: cicatriz da escravidão que perdurou no Brasil por mais de três séculos e trouxe consequências visíveis até hoje nas mais diversas camadas sociais do país, sobretudo para a população negra. Muitos escravizados trabalharam nas minas na extração de minérios em Minas Gerais, um dos estados com maior concentração de negros no século XVIII. As condições de trabalho eram extremamente precárias e provocaram a morte de incontáveis vidas naquele período.

SERVIÇO

Medea Mina Jeje

Dia 16 de novembro de 2019. Sábado, às 19h
Teatro (220 lugares)
R$ 30,00 (inteira); R$15,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante) e R$9,00 (credencial plena do Sesc – trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes. Ingressos disponíveis pelo portal Sesc SP (www.sescsp.org.br) e nas bilheterias das unidades do Sesc. Limite de 2 ingressos por pessoa.
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60 minutos
Endereço Sesc Jundiaí: Av. Antônio Frederico Ozanan, 6600, Jardim Botânico – Jundiaí (SP)
Mais informações: (11) 4583-4900 e www.sescsp.org.br/jundiai

 

Da Redação
Foto: Julieta Bacchin

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