Orquestra Filarmônica de Violas celebra 20 anos no Teatro Polytheama 

Em comemoração aos seus 20 anos de atividades, a Orquestra Filarmônica de Violas volta a se apresentar em Jundiaí com um concerto especial, trazendo no repertório músicas que marcaram diversas fases do grupo. A apresentação acontece no dia 30 de setembro, sexta-feira, às 20h, no Teatro Polytheama, e vai contar com a participação especial do renomado acordeonista Toninho Ferragutti.

Atualmente sob direção artística de João Paulo Amaral e contando com 14 integrantes, a Filarmônica de Violas é reconhecida como o mais inovador grupo musical em seu segmento, tendo esse ano recebido o Prêmio Inezita Barroso da Alesp. Segundo o maestro Nelson Ayres “A Filarmônica já tem atrás de si uma história brilhante, em cada nota ponteada ouve-se aquilo que é a grande marca do grupo: música feita com paixão.” 

Segundo João Paulo Amaral, a principal característica da Filarmônica é “a dedicação e a busca por um resultado musical e artístico relevante. O desafio é criar e interpretar arranjos bem cuidados para o repertório que vai desde a música caipira até outros gêneros, explorando e ampliando as possibilidades e sonoridades da viola brasileira de dez cordas, a nossa querida viola caipira. O foco é a música instrumental, mas sempre abrimos espaço para o canto também. São dois fatores principais: a elaboração e interpretação dos arranjos e o desenvolvimento musical dos integrantes da Filarmônica”.

O formato dos arranjos orquestrais foi implementado desde o início do grupo em 2001, pelo seu idealizador, o renomado violeiro e pesquisador Ivan Vilela. O grupo surgiu por sua iniciativa a partir de uma oficina de aprendizado da viola para interessados da região de Campinas, com apoio da prefeitura municipal da cidade. Essa característica dos arranjos se tornou um dos diferenciais da Filarmônica em relação a outras orquestras do gênero.

Utilizando a estrutura equivalente aos naipes orquestrais, esses arranjos permitem ao grupo tocar de forma semelhante a uma orquestra sinfônica convencional, com seus naipes de cordas, madeiras, metais e percussão, no entanto, utilizando apenas subgrupos de violas caipiras. Em síntese, o objetivo é utilizar a combinação minuciosa de diferentes linhas musicais, as quais assumem funções melódicas, harmônicas e rítmicas. O conjunto das linhas, executadas com uma cuidadosa e lapidada interpretação, produz um resultado sonoro rico em detalhes, arrojado e ao mesmo tempo popular, colorido por uma ampla gama de sonoridades, texturas e nuances.

O segundo fator diferencial da Filarmônica é o desenvolvimento musical dos integrantes, processo gradual de amadurecimento técnico e individual dos violeiros e violeiras motivado pelo crescente nível dos arranjos propostos. Ao longo dos anos, boa parte dos integrantes que eram iniciantes no instrumento foi se profissionalizando, tanto os que fazem parte do grupo desde sua fase inicial, até os que ingressaram posteriormente atraídos pelo perfil artístico da Filarmônica. Essas transformações alimentaram o próprio ciclo natural de motivação e evolução da orquestra.

Ao longo dos seus, agora, 21 anos de existência, o grupo gravou três álbuns, recebeu diversos prêmios, indicações, homenagens e realizou gravações e diversas apresentações em espaços como a Sala São Paulo além de tocar com nomes como Tinoco, Irmãs Galvão, Ana Luiza, Ná Ozetti, Suzana Salles, Paulo Freire, Renato Braz, Tetê Espíndola, Ana Gilli, Lenine Santos, Nailor Proveta, Toninho Ferragutti, Ricardo Herz, Alexandre Ribeiro, Crythian Dozza e Fabio Presgrave.

A apresentação de 20 anos traz um resumo da história do grupo, reunindo clássicos do cancioneiro caipira e da MPB, além de composições de seus integrantes. No repertório “Vide Vida Marvada” de Rolando Boldrin, “Fé Cega, Faca Amolada” de Milton Nascimento e Fernando Brant, “Lamento Sertanejo” de Gilberto Gil e Dominguinhos, “Tocando em Frente” de Almir Sater e Renato Teixeira, entre outros arranjos que trazem uma atmosfera de profunda emoção e encantamento ao público.

Toninho Ferragutti 

Considerado um dos mais inventivos e talentosos acordeonistas, Toninho Ferragutti é também compositor e arranjador. Possui participação em centenas de álbuns e shows de artistas importantes no Brasil e no exterior, tais como Gilberto Gil, Zé Ramalho, Elba Ramalho e Maria Bethania. Gravou trilhas sonoras para cinema e novelas e participou como solista de diversas orquestras como Orquestra de Maria Schneider (USA), Jazz Sinfônica de São Paulo, Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), Orquestra de Câmara da ECA/USP (OCAM), entre outras.

Gravou mais de 15 álbuns somando os de carreira solo e parcerias, recebendo duas indicações ao Grammy Latino (Sanfonema em 2000 e Festa na Roça em 2014), indicações ao Premio Tim, Premio Governador do Estado de São Paulo e Premio da Música Brasileira (indicação como melhor instrumentista – 2014). Recebeu o Troféu Açorianos de música 2014/2015 como melhor compositor erudito, o Troféu Cata-Vento 2015 na categoria Música Instrumental com o álbum Como Manda o Figurino acordeonista Bebê Kramer, e o primeiro lugar na categoria instrumental, no 28o Premio da Música brasileira de 2017.

Série de concertos comemorativos

A série de concertos de 20 anos é resultado do prêmio referente ao edital do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do Governo de São Paulo. A série será uma pequena turnê por três cidades paulistas, contando com participações especiais de artistas convidados. Além do concerto de em Jundiaí com Toninho Ferragutti, a série contemplou a cidade de Campinas com participação de Ivan Vilela, e Piracicaba com a cantora Ana Luiza.

Serviço:
Concerto de 20 Anos da Orquestra Filarmônica de Violas
Quando: Dia 30 de Setembro, sexta-feira, às 20 horas.
Onde: Teatro Polytheama Rua Barão de Jundiaí, 176 – Centro. Jundiaí
Ingressos: Inteira R$ 40,00 Meia Entrada R$ 20,00 Antecipados R$ 30,00 adquiridos pela plataforma Sympla – www.sympla.com.br

Da Redação
Foto: Cláudia Geronymo 

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