28 de Setembro: inspiração e transpiração do movimento negro

O patrimônio histórico e cultural de natureza imaterial tem importante representação junto às classes sociais que, muitas vezes, foram excluídas da sociedade. Os bens imateriais estão mais ligados à forma de viver do que propriamente às relações e à constituição de bens materiais.

Em Jundiaí, o registro de patrimônio imaterial do Clube Beneficente Cultural e Recreativo Jundiaiense 28 de Setembro, inscrito no Livro de Registro de Lugares, volume nº 01, fl. 002, nº de inscrição 01/2016, mostra como salvaguardar o patrimônio de natureza imaterial contribui para uma participação mais ampla na memória institucionalizada da cidade.

Com fundação datada de 1895, o Clube Beneficente Cultural e Recreativo Jundiaiense 28 de Setembro continua em plena atividade, sendo o um dos clubes negros mais antigos do país.

A união de dois clubes negros da cidade – o “28 de Setembro”, formado por negros de condições econômicas melhores, e o “Clube Recreativo Jundiense”, constituído pelas camadas mais populares de negros do município – foi essencial para a estruturação do movimento negro em Jundiaí, categoria que sempre foi ativa na formação da identidade social da cidade.

Por esse motivo, mesmo o Clube muitas vezes sendo renegado pelo poder público, o seu registro como bem imaterial de Jundiaí reforça a grande diversidade que forma a memória coletiva de uma cidade.

O Clube Beneficente Cultural e Recreativo Jundiaiense 28 de Setembro é um marco da cultura negra e na luta pelos direitos sociais do movimento negro, não apenas limitado à história de Jundiaí, mas também na história do Estado e do país. Desta forma, a história do 28 de Setembro é um motivo de uma aprendizagem e reflexão constante da cultura como uma forma de luta contra a barbárie e a intolerância presentes no período escravocrata e também nos dias atuais.

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